Carnaval é Cultura!
Carnaval é História!
História
A festa popular mais
celebrada no país, que ao longo do tempo tornou-se elemento da cultura nacional,
não é uma invenção brasileira e nem tampouco realizada apenas aqui.
Aqui no Brasil a história do Carnaval começa
no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi
o “entrudo”, uma festa de origem portuguesa que era praticada pelos
escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e
bolinhas de água de cheiro nas pessoas.
Por volta de meados do
século XIX, no Rio de Janeiro, a elite do Império criava os bailes de
carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário
dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas. A
elite carioca ainda cria as sociedades, que passou a desfilar nas ruas.
No final do século
XIX, as camadas mais populares criam os cordões e ranchos, e voltam as ruas. Os
ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.
As marchinhas de
carnaval surgiram também no século XIX, cujo nome mais emblemático é o de
Chiquinha Gonzaga, bem como sua música O Abre-alas. Já
o samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a
música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao
longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval.
Abre Alas :
http://www.youtube.com/watch?v=k9mxcYOFt4A
Na Bahia, os
primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX, com o
objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Por volta do mesmo
período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e
o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Ao longo do século XX, o carnaval
popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de
realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares.
Corsos e Escolas de Samba
Por volta da década de 1910,
os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca
desfilando pela Avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou
até por volta da década de 1930. Entre as classes populares, surgiram
as escolas de samba na década de 1920. As primeiras escolas teriam
sido a Deixa Falar, que daria origem à escola Estácio de Sá, e
a Vai como Pode, futura Portela. As escolas de samba eram o
desenvolvimento dos cordões e ranchos. A primeira disputa entre as escolas
ocorreu em 1929.
A era das marchinhas
As marchinhas
conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Uma das mais
famosas marchinhas foi Os cabelos da mulata, de Lamartine Babo e os
Irmãos Valença. Essa década seria conhecida como a era das marchinhas. Os
desfiles das escolas de samba desenvolveram-se e foram obrigados a se enquadrar
nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas.
Surgimento do Trio
Elétrico
Já em Salvador, em
1950, Dodô e Osmar criam o trio elétrico após utilizarem um antigo
caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e
amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um
enorme sucesso. Mas o nome somente seria utilizado um ano depois, quando
Temistócles Aragão foi convidado pelos dois. Um novo veículo foi utilizado, com
a inscrição “Trio Elétrico” na lateral. Em 79 Morais Moreira adicinou batuque
dos afoxés, e os trios elétricos foram adotados em várias aprtes do Brasil.
Passarela do Samba
Na década 1960 a
Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na avenida Rio
Branco e a cobrar ingresso para ver o desfile. Em São Paulo, também houve o
desenvolvimento do desfile de escolas de samba a partir desse período. E em
1984, foi criada no Rio de Janeiro a Passarela do Samba, ou Sambódromo, sob
o mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com um desenho arquitetônico
realizado por Oscar Niemeyer, a edificação passou a ser um dos principais
símbolos do carnaval brasileiro.
O carnaval, além de
ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo
turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época
de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e
consumo dessa mercadoria cultural.